Há quase cinco anos, quando nesta vida comecei a
lembrar-me de quem Eu realmente Sou, eu queria mais. Eu queria mais, mais o
quê? TUDO.
Tudo.
Eu queria mais amor, mais felicidade, mais poder sobre
o que acontecia na minha vida, pois ter que me sujeitar aos raros momentos de
felicidade não estava dando certo. Eu queria mais!
Ficar olhando essa dança maravilhosa da vida entremeando as
folhas das árvores, me sentir dentro dessa experiência e após esse ludibriante
devaneio ter que voltar para a ‘realidade’??? NÃO!!!!
Eu estava cansada de me sentir viva somente nas minhas
lembranças da infância onde eu me sentava sozinha, escondida do mundo, na
chácara onde eu morava com meus pais, com um caderninho e uma caneta onde eu
dava ao papel a chance de ser minha companhia, junto é claro com uma
caneca de alumínio com coco ralado que eu roubava da cozinha, escondida debaixo
da casa em que eu morava.
Horas se passavam e eu voava em silêncio por aquela
sensação extasiante de que a vida estava sob meu controle. Quantos anos? Uns 7
ou 8. Nem me lembro direito, pois foi há tanto tempo, mas foi ontem.
As vezes eu não escrevia nada.
As vezes ficava deitada na
grama olhando pro céu, pensando em nada. Minha imaginação sempre me levava a
lugares que jamais vou conseguir definir com palavras. Filha única, desejando
uma companhia, sedenta por compartilhar do meu silêncio gritante. O tempo
passou e um irmãozinho não veio, e a minha companhia se tornou tudo o que eu
precisava.
Metida em livros e meu caderninho, eu tinha tudo aquilo que
tanto me fazia sorrir…o céu.
Déjà vus eram constantes na minha infância, e eram longos,
as vezes duravam 10, 20 segundos. Aquilo que me parecia uma coisa tão estranha
e mágica, que só eu tinha, me fez trazer pra vida adulta aquela menina
‘sozinha’ que tinha o mundo dentro da cabeça, praticamente sem amigos, amigos
que aos 8 anos não entendiam nada do que eu realmente gostava de falar.
Na adolescência tentei ser como os adolescentes normais, não
consegui. Continuei achando estranho não conseguir me ‘conectar’. Mas
finalmente me deixei levar por mim mesma de novo, afinal se sentir tão
conectada com o vento ao invés das pessoas não devia ser tão ruim assim, pois
me fazia feliz.
Voltei ao meu caderninho e deixava a inspiração falar quando eu
não sabia mais o que dizer. Aliás, falar estava se tornando cada vez mais
irritante pra mim. O silêncio interno era onde eu queria ficar, então adivinhe,
cada vez menos amigos.
Papo inútil estava fora dos meus desejos mais profundos.
Definitivamente.
E hoje, Agora, neste ponto onde estou, mesmo depois de tanto
tentar crescer, descobri que onde realmente quero ficar é dentro de mim! Não
mais escondida , mas dentro do vento que tanto me faz feliz.
E naquele ponto onde eu disse que comecei a me lembrar de
quem Eu realmente Sou, o que aconteceu foi que eu parei de tentar crescer.
Achei que crescer era inevitável, obrigatório, por achar e ouvir que a vida era
assim, e que assim eu seria feliz. Mas pra que passar por esse processo , pra
depois descobrir que felicidade está naquela visão da criança que sabe que o
vento que tanto a faz se sentir conectada, está na verdade dentro dela?
E naquele ponto, quase cinco anos atrás, o Universo me
trouxe de volta à criança que adorava voar com o vento.
Quase 500 livros e cheguei ao que realmente eu vim fazer
aqui. Evoluir. Cada livro, cada vídeo sobre lei da atração, cada novo
conhecimento me trouxeram até onde estou, cada um deles foi um degrau, e hoje
quando finalmente entendo porque não há como fazer errado, voltei a ser aquela
criança que não precisava entender como era ser feliz, simplesmente era.
Hoje minha conexão cresceu, ela se expande até o seu
coração.
Cheguei ao ponto onde entendi porque o vento sempre foi tão
importante pra mim, ele é a simbologia do amor da fonte de luz universal. Ele É
o amor em movimento, ele É as partículas de energia chegando onde devem chegar.
Ele É a conexão entre você e eu. Entre o Eu em mim e o Eu em você.
(relato de parte de minha última vida)
Juliane.